Este é o lugar!!! È este o sitio onde voluntariamente decido morrer. Depois de dias a carregar os feridos e em fuga, o espaço entre nós e o inimigo encurta-se perigosamente. Os reforços esperados, não chegaram a tempo, infantaria pesada, disseram. Não interessa agora. O plano está delineado e foi por mim concebido, não há ninguém a condenar. Os meus companheiros, e os meus amigos já partiram, e nesta colina de mato seco, fiquei eu com o intento de atrasar o inimigo tempo suficiente para o ajuntamento com os reforços e o reestruturar do exército. Três horas passam em que a minha mente divagou pelos momentos agradáveis que partilhei com os meus amigos, até que o horizonte começa a encher-se de pequenos brilhos. O fim aproxima-se. Sem reduzir o passo o exército inimigo caminha em minha direcção, como um gigante caminha em direcção a uma formiga. O facto de ficar para trás enche-me o peito de orgulho, não por ir apenas morrer neste sitio esquecido e sem nome, mas por o fazer a proteger aquilo e acima de tudo, aqueles que amo. Tudo se apresenta supérfluo e com tal retiro o velho elmo da cabeça, esse elmo que me salvou a vida tantas vezes em batalha, mas que agora se me apresenta pequeno e abafado. Também a armadura do peito, se me apresenta pesada e clautrofobica, este conjunto de metal que tanta vez foi reparado, é pousado agora ao meu lado em lugar de honra. O meu ritual continua, e peça a peça a minha armadura amontoa-se ao meu lado, como se de outro cavaleiro se tratasse. Estou apenas com as calças de linho e as botas de caminho, quando pouso o escudo e fico apenas de tronco nu e espada na mão. O inimigo está já próximo, e embora não lhe consiga ouvir a respiração vejo-lhes já o branco dos olhos. Um pouco mais próximo apenas. Um comandante demonstra alguma inquietação sobre o facto de um homem solitário e semi-nu estar de espada na mão numa colina e com a sua espada na mão, mas manda o contingente continuar a avançar. Chegam a dez metros de mim e é chegada a hora! Num único movimento, agarro a tocha que se encontrava escondida por detrás da sacola de marcha e atiro-a por cima do ombro! Esta aterra exactamente onde pretendido… Numa vala de óleo que apressadamente foi feita antes de todos partirem. O fogo apresa-se em espalhar-se numa risca vermelha e amarela paralela a mim mesma e que parece apenas terminar no horizonte. O vento está a favor, e sofra um lufada enorme que espalha o fogo nas minhas costas, como se fosse suposto ele também perseguir os meus companheiros, e de repente toda a colina arde atrás de mim. Está feito, o plano decorreu bem, o fogo irá atrasa-los o tempo que necessitávamos, mas para quem escolhesse ficar não havia fuga! Com um sorriso nos lábios ergo a minha espada aos céus e dou um grito meio selvagem e gutural! Inicio a minha corrida! Não, não vou matar o contingente inimigo, a minha morte é certa, mas morrerei de pé a lutar… A minha hora chegou!!!
Na tentativa de desanuviar a cabeça, enfiei-me numa aula de Body Pump, na qual aumentei a carga de forma a não poder pensar em nada mais a não ser no movimentar o peso...
Resultados? Menos maus, durante 60mn não consegui pensar em mais nada a não ser se ainda faltava muito :P E hoje encontro-me com as pernas e costas completamente doridas do esforço muscular...
O que vou fazer? Nada mais do que voltar hoje para mais uma dose, desta vez normal...
Porque o faço? Porque o meu corpo é o meu templo, e durante muito tempo esqueçi-o. De que serve uma mente especial, num corpo desleixado? Verdade seja dita que este domingo na praia, me senti muito bem quando tirei a t-shirt, pena foi ter partido um chinelo e ter parecido um parolo completo, com um chinelo no pé outro na mão, mas para quem já foi para a praia de sapatos de fato, nada é complicado... :P
Não esperava! Encostaste-me á parede e seguiste-me com o teu corpo. Nesta altura em que os nossos corpos se tocaram e o nosso calor se fundiu, senti-me perdido num local sem espaço ou tempo. O aroma doce da tua pele embriagou-me os sentidos e a tua proximidade toldou-me a mente.
Não esperava! Como podia eu com o meu ar desleixado e estupidamente simples, atrair-te, tão complexa e cuidada. Como podia tudo isto estar a acontecer e sendo tua a iniciativa?
Não esperava! Que me perguntasses insegura se te desejava, algo tão obvio, não só pelo que tu és e como te apresentas, mas também pelo facto de ser cristalino como agua, que o reflexo dos meus olhos era espelho de desejo.
Não esperava! Que os meus lábios encontrassem os teu em resposta á tua pergunta. Que as nossas línguas se tocassem e os teus braços começassem a rodear o meu pescoço.
Não esperava! Sentir o teu peito firmemente apertado contra o meu, enquanto as tuas mãos percorriam as minhas costas sentindo-as como se fossem algo novo, como se jamais tivesses tocado algum outro homem.
Não esperava! Sentir-te tremer enquanto apertavas o teu corpo contra o meu, com gestos suaves aproveitando para me puxar a T-Shirt do corpo.
Não esperava! Estar a virar-te de costas para mim e tacteando, desapertar os botões da ua camisa, sentir os meus dedos grossos e desastrados, prenderem-se no teu soutian, e aperceber-me que eram os meus braços que te seguravam.
Não esperava! Que me puxasses até ao quarto, e me dissesses que querias partilha-lo comigo nesta noite. Que tudo fosse assim simples, tão descomplicado e tão espontâneo.
Não esperava! Que na manhã seguinte tudo ficasse assim calmo, sóbrio e descontraído. Desejamo-nos e matamos o desejo. Sentimos os nosso corpos como um só, mas a verdade é que tudo o que partilhamos antes de nos entregarmos á luxúria, continuou a existir, e continua intocável e inabalável.
Não esperava!
Durante um feriado passado a lavar a roupinha que deixei acumular suja, tive tempo de pensar na ultima rebocada que levei do meu chefe.
A verdade é que olhei para trás e encontrei-me movido a raiva. É neste sentimento que quando tudo mais falha e o desespero começa a querer assentar, vou buscar mais uma réstia de força e de perseverança. A raiva fez-me evoluir profissionalmente e fez-me crescer como criança, quando não me enquadrava em lugar algum ou com quem quer que fosse.
Neste momento a raiva serviu o seu propósito e como tudo o que é a mais está a ser prejudicial.
"Diogo, controla esse teu feitio, que tens muito ainda para dar"... Mas como mudar a essência de um homem orgulhoso como eu? Tenho tentado ao longo destes anos melhorar as minhas arrestas sem grandes sucessos. Mas vou usar a raiva para a combater a ela mesma... Género fight fire with fire.
In the very end, i will prevail!!!
- Diogo, estás a ficar gorila de discoteca, reduz a carga!!! (Comentário de duas amigas).
- Não não estou, o meu corpo, e que sempre teve esta forma!!! Ainda não posso reduzir a carga, ainda á muito para fazer. :D
O que fazer quando se nasceu largo? Não posso alterar a minha estrutura física ela sempre foi assim, mas não vou desistir do que me propus e do que estou a gostar de fazer.
Cada vez que estou no ginásio a fazer esforço, a minha mente como que desliga dos problemas, concentra-se na força que preciso de efectuar, embora não seja muita uma vez que estou a levar a coisa com calma. Todos os constantes ataques á minha posição no trabalho e inveja dos colegas, desaparecem no suor que me escorre pela face, e finalmente sinto-me relaxado.
A verdade é que a minha simplicidade levou a que o exercício físico que á tanto andava abandonado se tornou o meu prazer e o meu escape. Cada dia parece ter uma finalidade - Terminar o horário laboral e conseguir chegar á aula de Body Pump.
Se ficar gorila? Bom acho que vou conseguir evitar, mas se não conseguir, é um preço baixo para a paz de espírito.
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